A
relevância dessa temática está na compreensão de uma realidade que, em
princípio, pode ser vista como paradoxal: não existe relacionamento perfeito,
mas, ao mesmo tempo, verifica-se a importância da manutenção de ter amor nos
relacionamentos, porque o amor é um ato de vontade.
Diante disso, essa vontade de amar é uma força mútua, é um
desejo de viver alguma coisa diferente, nobre, de trazer algo forte para a
relação. É uma troca de sentimentos afetuosos, uma inspiração criativa, ou
seja, um potencial de vontade. Para tal, é necessário estar associado a um ato
real para que a troca de sentimentos aconteça.
A mutualidade no relacionamento flui naturalmente com
sentimentos naturais, inspiradores e crescentes, sem que se exija do outro o
reconhecimento, o valor e o resultado do que você faz e oferece. Essa cobrança
chama-se reciprocidade: “toma lá dá cá”. Os elementos compartilhados na relação
a dois são as formas pelas quais se procura obter uma parceria baseada no amor,
na cumplicidade e no respeito. Assim, consegue-se construir um espaço favorável
em que devem doar-se para o bem estar da relação e assumir o papel de um casal.
Essa representação social apresenta elementos essenciais para manter essa
união, dentre os quais podemos destacar a “romantização”, que pode sofrer
mudanças à medida que o tempo passa, pois, ao longo desse processo, há altos e
baixos no cotidiano de homem e mulher. Por isso, a manutenção é um fator
importante para o sucesso do relacionamento.
Outro aspecto
também importante diz respeito ao destaque que se dá ao amor na vida das
pessoas, considerando que, para alguns indivíduos, é apenas emoção, mas, para
outros, uma atitude e/ou um comportamento. “Onde você se enquadra?” “O que está
acontecendo nesse processo que o (a) impossibilita de amar?” “Como você fez
para não amar?” “Por que você acha que não ama?” “Por que você não se entrega
na relação?” Talvez você tenha bloqueado o amor através de um ato de vontade,
isto é, impedido que o amor aconteça em sua vida, pensando: “ao invés de amor
eu quero aprovação”, “eu quero admiração”, e/ou “segurança”. Essas
substituições são impeditivos para que o amor apareça, pois, o relacionamento
fica sujeito a algo externo: vou “amar” se o outro me der estabilidade, viagens,
conforto, casamento, luxúria, entre outros.
Esses fatores negativos atrapalham a fluência do amor no
relacionamento. Dessa maneira, é você que distancia esse sentimento natural,
relaxado de seu corpo, evitando que desabroche em sua vida. É um fenômeno
pessoal que é necessário investigar, saber o porquê que amar o (a) deixa em uma
situação de medo ou qualquer outra resistência.
A
partir dessas constatações, desejo que você possa chegar a um entendimento do
porquê dessa preocupação e resistência de não se permitir amar em um
relacionamento. Ainda que tenha atravessado por uma decepção amorosa, amar é
natural a todos nós. Será que é falta de confiança? É uma vergonha? Será que eu
mereço esse amor? Seus sentimentos não podem permanecer na superficialidade, e é
por conta disso que suas relações são rasas, não só no amor, mas com familiares
também. O amor é uma qualidade inerente do ser, é uma manifestação da própria
essência. A meta do ser humano é despertar o amor. Infelizmente, há pessoas que
têm esse sentimento adormecido dentro de si. Entretanto, isso pode ser
inconsciente, quando carregam uma profunda angústia e não conseguem justificar
o motivo. Despertar o amor é o mesmo que iluminar as nossas sombras.
Uma
possibilidade é aprender a amar, curando as feridas. Doenças emocionais,
internas e sensibilidades são grandes impeditivos para sentir e viver o amor.
Querer praticar o amor, buscá-lo e exercitá-lo são os ingredientes favoráveis.
Assim, conseguiremos manifestar o amor e aprender a se amar e amar os outros,
curando as feridas do passado e internas. O florescer do amor, do carinho, do afeto
e da beleza do outro é fantástico. O caminho é como aprender a tratar a ferida
e viver em busca da realização e felicidade.
O campo
do amor permite o alcance da felicidade e certa completude do indivíduo, porém,
deve-se evitar achar que é um sentimento de pertencimento.
A
constante busca de um parceiro pode não ser a solução para seus problemas. Essa
concepção é daquelas pessoas que ainda não se curaram inteiramente e cujas
feridas continuam inflamadas. O aspecto de grande interesse é alcançar a
felicidade e ter consciência daquilo que você deseja; é empoderar-se de seus
valores. A busca do amor, da felicidade e da construção da realidade se dão
quando a influência do seu eu facilita seu relacionamento, propiciando
afetividade e intimidade. Na medida em que você define e escolhe os caminhos
que quer percorrer para obtenção da paz, alcançará a compreensão do fenômeno da
conjugalidade, que é a construção de uma vinculação entre dois indivíduos
independentes e que resulta na construção de um terceiro elemento, a relação ou
o “nós” do casal.
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
ALARCÃO,
M. (2006) Desequilíbrios familiares: Uma visão sistêmica. Coimbra: Quarteto.
Por
Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora Pedagógica do Programa Comandante de Companhia – Marinha do Brasil
Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora Pedagógica do Programa Comandante de Companhia – Marinha do Brasil
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