Perdas humanas
tendem a acontecer a cada instante e são as mais dolorosas e incompreensíveis.
As pessoas sentem-se desamparadas, desprotegidas e desesperançadas. A categoria
e a forma com que seu amor se foi não diminuem a tristeza, pois sabemos que
saiu de sua vida. Quem foi filho, mãe, esposa, marido, namorado, amigo e ter
que reconstruir a vida em família e/ou na sociedade são fatores que requerem um
grande esforço. Os grupos sociais amigos, família, colegas de trabalho são
peças importantes no laço de solidariedade e compaixão.
Perdas fazem parte
do processo de desenvolvimento natural de todos os homens. O sentimento de luto
é presente na vida daqueles que tornam-se privados de ter quem ama ao seu lado,
não é só com a morte, mas também por situações de separações.
Com a chegada do
Natal e o Reveillon, o clima festivo é amplamente comemorado com as trocas de
presentes e muitos outros aspectos que abrangem estas datas como reencontros,
alegrias, realizações, perdão.
Diante desse
quadro, durante essas festividades, há pessoas que sentem tristeza e desalento.
Em se tratando de uma relação interrompida como perdas precoces e tragédias,
rompimento de relações amorosas ou de amizades, separações, perdas, de uma
maneira geral, são sentimentos que impossibilitam as pessoas a desfrutarem,
pois, cada um sente de uma forma, de acordo com seu tempo. A dor não se
compara. Há pessoas que optam a ficarem sozinhas nesse período, não desejam
dividir o seu espaço, querem estar sozinhos nesse momento, com lembranças boas
e desejam apenas chorar.
A vida tem começo,
meio e fim, da mesma forma as relações afetivas: amor e amizade. Costumo dizer
que não há instrução, uma bula de receita para obter informações e orientações
a fim de ensinar como manter um relacionamento seguro e eficaz. Quando há uma
surpresa inesperada, há um choque!
De modo semelhante,
a morte deixa saudades, para alguns, eternas, outras, passageiras, porém sempre
estará presente na vida de quem fica. Aprender a viver uma nova vida com a
ausência daquela pessoa que dividia a cama, viagens, férias, segredos, a quem
você gerou, criou, orientou, se orgulhou e chorou. Vê-lo partir, doeu; esse
vazio machuca, o choro aperta o coração. A morte deixa saudades imensuráveis e
incomparáveis. A perda é única.
O fator pessoal
caracteriza-se como um desejo de reencontrar seu ente querido, razão pela qual
algumas pessoas se isolam. Investir tempo e energia na realização de atividades
para que o tempo passe; envolver-se em projetos sociais, visando dar apoio a
pessoas com situações semelhantes. É um tempo que não passa, apenas angustia. A
manifestação de emoções é diferente, a percepção do indivíduo acerca do grau de
dor é um fator inexplicável. Lidar com o luto é uma vivência dilacerante. A
dimensão do sentimento deve ser respeitada por parte dos parentes, amigos. Além
do mais, a compreensão, a amizade e a solidariedade são elementos que compõem o
drama vivido. A dimensão social opõe-se à despersonalização, isto é, como se
fosse algo estranho a si mesmo, como se as pessoas ao nosso redor tirassem a
nossa liberdade de passar por esse momento, o luto. As atitudes de indiferença
por parte daqueles que convivem com a dor da perda de alguém, acabam tornando
as pessoas abaladas sensivelmente, porque elas nos dizem:” A vida continua”;
“Arranja um (a) namorado (a)”; “Parte para outra”; “Vai ficar doente”; “Você
tem outros filhos”; “Você está nova (o)”. “Ele (a) está melhor que você no
céu...”.
Os consequentes do bem estar relacionam-se à atitudes, sentimentos
e comportamentos em relação à vida, como a satisfação em amar. Enfrentar a
perda de quem ama, independente de quais foram as circunstâncias, não importam
para quem sofre a perda, tudo causa um estresse, uma sobrecarga a cada dia.
Passa-se a viver um passo de cada vez, com cautela e melancolia. Aqueles que
estão separados também vivem o luto de formas diferentes. Então, o apoio
recebido é de fundamental importância. No fim do ano a tendência é aflorar o
sentimento de tristeza. É quando as pessoas se reúnem, as emoções crescem e o
desânimo penetra na alma. Todavia, ninguém está preparado para lidar com a
perda, a impressão é que um vulcão, tsunami, uma cratera invadiu a sua vida e o
seu ser. E quanto mais a pessoa era próxima, mais intensa é a dor, e não
sabemos quando a dor passará. Algumas pessoas passam a vida enlutadas.
Portanto, os enfeites e luzes de Natal brilham
mais também, escondem a tensão na vida daqueles que se sentem sozinhos nessas
comemorações. A compreensão é o que vale nesse momento. Deixa a pessoa escolher
e decidir onde quer estar nas festas de final de ano; com ou sem rabanadas, com
ou sem pessoas ao redor; com ou sem presentes. O clima à nossa volta deve ser
bom e agradável. A essência é respeitar quem você estima e oferecer um suporte
social porque a sensação de abandono é algo terrível. Deixa a pessoa viver seu
luto. Se é dessa forma que ele/ela se sentirá bem, então, entenda e apoie.
Feliz Natal
e Próspero Ano Novo!
Por
Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Boa noite, Dra. Rejane!!!
ResponderExcluirDe fato, nesse período de festas, comemorações, confraternizações e reflexões, quando todos se abraçam, se alegram e brindam sua alegria, muitas pessoas seguem na contra-mão da maioria, eu particularmente sei exatamente o que queres expressar nessa tão reflexiva mensagem de natal, pois, amanhã, véspera de natal, completam exatos 2 anos da uma perda irreparável em minha vida e desde aquela data, os meses de dezembro com suas datas festivas me trazem à lembrança daquele 23 de dezembro de 2015, ainda me dói como se fosse hj, mas, assim como vc de forma brilhante explicitou, a companhia dos amigos e entes queridos que nos rodeiam servem de alento e nos ajudam e em muito a superar tais perdas. É muito difícil, mas, rodeados de amigos queridos podemos superar as perdas, por mais difíceis que elas tenham sido em nossas vidas, mas, é sim muito possível!!!
Feliz Natal!!!