A escolha deste tema veio pela busca de
apoio por parte de algumas mulheres que possuem baixa autoestima por sofrerem
de violência psicológica pelos seus parceiros, colegas de trabalho, amigos,
familiares, chefes, patrões, e até de terceiros, além do crescimento de tal
questão nos últimos anos.
Hoje, a violência contra as mulheres é
conhecida como um problema social, podendo ser de natureza física, pessoal,
moral, patrimonial e psicológica. A violência psicológica é silenciosa, ainda é
algo velado, e as pessoas evitam conversar em casa. As mulheres normalmente
escondem que estão sofrendo e outras justificam que tais procedimentos são oriundos
de seus companheiros e não conseguem enxergar
o relacionamento abusivo pelo qual elas são tratadas. Algumas encontram dificuldades a perceber que
estão em um relacionamento doentio. O homem a subestima, humilha, insulta,
persegue, difama, faz chantagens, escândalos, a colocando em situações
vexatórias e, ainda diz: "sua velha";"você está horrível"
ou "sua roupa está horrível"; "ninguém vai te querer...você
solta gases dormindo"; "você ronca"; "é gorda";
"está com estrias e celulite"; "você é maluca"; "você
é muito burra". Tais frases são agressões psicológicas nas quais a pessoa
não se dá conta da gravidade dessas intimidações, ameaças e humilhações.
Este cenário leva a mulher a adoecer, seu
dimensionamento chega à proporções devastadoras. Cabem às mulheres se unirem!
Amigos, vizinhos e familiares podem e devem intervir, interceder e orientar
quando tomam conhecimento da violência psicológica e moral sofrida por alguma
pessoa conhecida. Temos o dever de mostrar ao outro o tamanho do sofrimento,
ajudá-la a denunciar, combater este tipo de crime, se desligar emocionalmente
desse agresssor e dar um basta nesse ciclo vicioso. Como exemplo, citamos o
advogado Dr. Luiz Rafael Barbosa, que é referência pelo comprometimento dessa
causa, já que ele possui alta competência para tratar desse assunto, além de
ser muito procurado pelas mulheres, principalmente as que vivem nas regiões do
Sul do Brasil (endereço de email para contato - luizrfbarbosa@gmail.com). Mesmo que
as mulheres procurem seus direitos e busquem ajuda, elas precisam recorrer a um
bom profissional que entenda do assunto para poder intervir junto à autoridade,
que é o juiz. Se isso não acontecer, o juiz poderá não emitir ou assinar a
medida protetiva, ou seja, as medidas cautelares que o juiz poderá conceder à vítima, para proteger sua integridade
física, como suspensão do porte de armas do agressor, afastamento do agressor
do lar, inclusive, se for extremamente necessário, pode
autorizar que a força policial seja usada em caso do companheiro
resistir em sair da residência da vítima, e pelo seu distanciamento
da vítima, dentre outras. O juiz pode considerar que a violência poderá
não ocorrer mais e o companheiro pode até assassinar a mulher nesse interim.
Por isso, é muito importante e mais confiável que as mulheres busquem
profissionais com mais experiência nesse assunto a fim de assegurar-lhes que
essas medidas sejam emitidas, inclusive podendo até ir em buscas de provas
(documentaís, vídeos, ou ouvir testemunhas).
Por
outro lado, a mulher também deve avaliar o seu relacionamento e medir o seu
grau de satisfação. Se a conjugalidade não está boa, logo a insatisfação irá
crescer. Entretanto, sabemos que há mulheres que não fazem essa avaliação e
insistem em manter uma "união" sem qualidade, sem felicidade, sem
sucesso e sem consenso. Sabe-se que a prática mais comum de violência é pelo
marido ou um parceiro íntimo. Dessa forma, essas mulheres não conseguem se
libertar dessa relação por estarem emocionalmente envolvidas e outras são
dependentes emocionalmente, tornando-se vítimas e suportando tais agressões,
porque acreditam que seus homens irão mudar e procuram encontrar algumas virtudes
neles, mesmo tendo a consciência dos abusos sofridos. Por isso, elas começam a
desenvolver sintomas de depressão, ansiedade, insônia, pesadelos, medo,
vergonha, perdas financeiras, entre outros.
O Dr. Arthur Kaufman, psiquiatra pela
Faculdade de Medicina de São Paulo, e
Coordenador do Programa de Assistência ao OBESO (PRATO), diz que “é a
sociometria, [a] ciência criada por Jacob Levy Moreno [usada] para mensurar os
relacionamentos sociais. Pela sociometria, você “mede” o grau de aceitação,
rejeição ou indiferença que provoca nos outros, ao mesmo tempo em que mede em
si próprio o grau de aceitação, rejeição ou indiferença que cada pessoa provoca
em você. Quanto melhor for a sua sociometria em termos de ser escolhido
positivamente e de poder escolher positivamente as pessoas, mais a sua
autoestima cresce. O mais desejável, naturalmente, é que você seja escolhido
por quem te escolhe. (...) Autoestima tem
a ver com “atributos internos”. Para ser gostado, você precisa se gostar, se
estimar primeiro. O mecanismo é de mão dupla: à medida que se sente gostado,
você se gosta mais. Tem que ter um começo – um “starter” – e, a partir daí,
tudo funciona como se fosse uma cadeia. “Tornar-se interessante” não é um ato
instantâneo, mas sim um processo “físico-social-cultural-psicológico-psiquiátrico”.
Físico:
praticar atividades físicas, tomar sol, cuidar da pele, do cabelo, dos dentes,
das unhas, usar um perfume que tenha a ver com sua personalidade;
Social:
valorizar seus amigos, saber quando e como elogiá-los, tomar cuidado ao
criticá-los, não fazer fofocas pelas costas, aprender a dar e receber. Em suma,
aprender a se colocar no lugar do outro, aprender a ver a vida através dos
olhos do outro;
Cultural: como
fica sua autoestima se você percebe que não tem nenhum assunto para conversar,
que só entende de futebol ou de novela? Você vê seu marido à noite e só sabe
falar das crianças ou contar que o ralo entupiu? Você chega em casa, e ao
encontrar sua esposa só consegue falar mal da empresa e de seu chefe? Assuntos
também podem ser aprendidos. Existem, até gratuitamente, museus, teatros,
cinemas, bibliotecas e concertos ao ar livre. Ter gosto especial por alguma
coisa já é um fator para encontrar pessoas que também gostam daquilo e aumentar
o seu círculo social. Dá trabalho, não é? Mas aumenta seu “cacife” e, portanto,
sua autoestima!; e
Psicológico:
conhecemos o jargão “você precisa se aceitar como você é”. O que isso quer
dizer? Através do processo de autoconhecimento, você fica sabendo que tem as
características x, y ou z. Gosta delas ou não? Vamos ver o que pode ser
aperfeiçoado – as qualidades – e o que pode ser mudado – os defeitos. Se
possível, como se faz? Sozinho ou com ajuda? Se com ajuda – de quem, como e
quando? Ajuda profissional?”
Por
ser considerada mais frágil emocionalmente, a mulher tende a ter baixa
autoestima e sua personalidade fica cada vez mais fraca e impotente de reagir contra esse turbilhão de sentimentos, conotações, falares negativos, não
tendo forças suficientes para suportar, superar, e acabam se deixando
envolver-se e acreditam no que estão
ouvindo. A psicóloga Michelli Duje,
em seu artigo "Como superar barreiras da vida e encontrar cura emocional –
Dicas de vida", sugere que "para a “cura” emocional acontecer é
preciso perceber e aceitar a própria história, e assim reinventar e modificar
um pouco o “destino”.
A pessoa deve enfrentar os seus problemas, para o passado
não tomar conta e as coisas negativas não continuar a se repetirem. (...) Para
conseguir enfrentar os problemas e superar as dificuldades, é preciso enfrentar
os medos, teimosia, costumes e o próprio ego. Para iniciar esse processo, é
interessante entender a forma que a pessoa conduz a sua vida. (...) O
“não conseguir” deve mudar para “eu tenho capacidade para enfrentar /
mudar, para melhorar”. Precisa ter coragem de encarar os sentimentos. É
necessário respeitar o seu próprio tempo, possibilitando que a mudança
de comportamentos, ou o enfrentamento das emoções, sejam construídos
com estabilidade, com bases firmes. (...) A pessoa que foca naquilo
que quer conseguir, por mais que encontre obstáculos, ela insiste em
ultrapassá-los. Ela tenta enfrentar as situações adversas, procurando soluções
para seus problemas, aprendendo com seus erros, não deixando de “correr atrás”
da sua felicidade. (...) Se “redescobrir” faz parte do
processo da vida, e nisso entra também o se reinventar, criar novas
metas e objetivos, novos desafios e interesses, dar novo sentido à vida. É
assim que a motivação é renovada. É você quem tem que tornar
sua vida interessante e prazerosa.Você é o principal responsável por
modificá-la.
Dicas:
- Renove desejos e metas a cada fase de vida;
- Cultive relações saudáveis, com qualidade;
- Valorize-se, reconhecendo o seu potencial ou habilidade;
- Encare as
feridas emocionais e os próprios
sentimentos;
- Estabeleça
limites, diga “não” para o outro e para si
mesmo;
- Perceba e potencialize as suas qualidades.
Utilize-se delas para suas conquistas;
- Planeje as mudanças necessárias; e
- Busque apoio de pessoas que possam te ajudar
positivamente.”
Além disso, a lei Maria da Penha dispõe
em seu artigo1°: "criar mecanismos para coibir e prevenir a violência
doméstica e familiar contra a mulher. "A referida lei altera o artigo 152
da lei n°7.710, de 11 de julho de 1984 (lei de Execução Penal), que passa a
vigorar com a seguinte redação: "Art. 152. Parágrafo único. Nos casos de
violência doméstica contra a mulher, o Juiz poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor à programas de recuperação e reeducação"
(BRASIL,2006). O juiz determina que o agressor frequente trabalhos de grupos
como forma de condenação. A ideia desses serviços vem ganhando força e reconhecimento
desta necessidade, bem como trabalhos nesse sentido estão acontecendo em países
como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália.
Nesse sentido, esses homens, autores de
violência, precisam ser punidos, pagar pela violência cometida contra as
mulheres. Há instituições que desenvolvem trabalhos e são referências para o
Brasil: o Instituto de Estudos da Religião (ISER - www.iser.org.br) no Rio de Janeiro, coordena
trabalhos de responsabilização dos homens autores de violência de gênero. O
Instituto Noos (www.noos.org.br), também
no Rio de Janeiro, promove a difusão de práticas sociais voltadas para a
promoção de saúde dos relacionamentos familiares. Dessa forma, é preciso
conscientizar as autoridades de que são necessárias ações políticas que
envolvam essas agressões a fim de sanar esse ciclo de violência, além de tratar
e recuperar essas mulheres e repensar as
políticas públicas de atenção à violência contra mulher, visando contemplar os
avanços dos direitos humanos e proteger inúmeras mulheres, evitando assim, que
algumas sejam assassinadas.
REFERÊNCIA:
DUJE,
Michelli. Como superar barreiras da vida
e encontrar a cura emocional – Dicas para a vida. Disponível em: michelliduje Acesso em 8 mai. 2017.
KAUFMAN,
Arthur. Como melhorar a autoestima.
Disponível em: BEM ESTAR Acesso em 8 mai. 2017.
POR
Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora Pedagógica do Programa Comandante de Companhia – Marinha do Brasil
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