O compartilhamento da vida pessoal, familiar ou profissional nas redes
sociais se torna uma modalidade exibicionista. A intimidade compartilhada
tornou-se comum e banalizada e é conhecida por sexting e nude selfie.
As redes sociais são meios de comunicação a fim de proporcionar
relacionamentos profissionais, de amizade, projetos, onde as pessoas interagem,
compartilham ideias, artigos, sugestões, conhecimento, objetivando contribuir
para a vida.
A internet, em sua maioria, é usada como diário, onde as pessoas
compartilham tudo o que fazem, o que comem, fatos sociais, vídeos caseiros,
locais de viagens, etc. As pessoas, de um modo geral, acabam sabendo dos
lugares onde você frequenta, e assim você passa a ser uma presa fácil para
pessoas mal intencionadas. Estas informações íntimas compartilhadas num
ambiente virtual são um risco desnecessário para o usuário.
Em se tratando de adolescentes, eles são facilmente alvos frágeis, que
chamam a atenção de quadrilhas, pedófilos, indivíduos ruins e sem escrúpulos,
que são capazes de aproveitar da ingenuidade desses jovens e denegrir a imagem
deles, expondo-as nas redes sociais, tais como: Whatsapp, Linkedin,
Twitter, Facebook, Snapchat, Youtube, Instagram,
Twitcam, Pinterest, Google, Formspring, entre
outros.
Sendo assim, adolescentes se expõem postando fotos e vídeos que os
comprometem, com fotos insinuantes, por exemplo, partes do corpo exposto, corpo
sem roupas, etc. A partir dessas atitudes, eles enviam para seus colegas, que
resultam em publicações em sites pornográficos e/ou compartilham com outros
amigos. Em segundos, eles podem se tornar alvos de chacotas, humilhações e
vergonhas, comprometendo suas imagens perante suas famílias, seus pais, na
escola, na vizinhança, na igreja e no mundo.
No que se refere a esse fato, a exposição do corpo por meio da internet
converteu-se em algo recorrente ultimamente. Não há como prever o nível de
maturidade de crianças e adolescentes nessa fase. Os jovens querem se expor,
mostrar sua sexualidade, e nesse período, essas atitudes são mais aguçadas,
pois o adolescente sente vontade de se inserir em grupos. O “nu” é algo
desafiador; a sedução é moda; o decote é sensual; o beijo é poder; se mostrar é
coragem; apostar que é capaz de permitir que o coloquem na internet é a busca
por notoriedade. A vida torna-se um espetáculo.
O diálogo é o caminho para educadores, pais e parentes abordarem o
assunto com esses jovens. Nessa fase da vida, eles são impulsivos e
imediatistas. É uma geração do aqui e agora.
A educação não é uma vacina, em que você toma um medicamento para se
proteger de uma doença, e você nunca mais será afetado por ela, ou seja, o mal
da doença não te atingirá, você fica imune. Mesmo depois dos pais explicarem o
que é certo e errado aos seus filhos, ainda corre-se o risco deles caírem nesse
erro, traindo a si próprio arriscando-se na internet. A educação é continuada,
isto é, uma constante qualificação do indivíduo. Sempre há algo a aprender
então, os pais deverão, continuamente, ensinar e explicar os direitos, os
deveres, as obrigações e os riscos que seus filhos deverão aprender,
tornando-os mais seguros.
De modo semelhante, a escola deve debater e promover a informatização
com qualidade, pois, ela é a força motriz do desenvolvimento. Sua função não é
só cumprir o conteúdo curricular, é também formar um cidadão crítico. Nesse
sentido, deve-se reforçar que os jovens adolescentes estão adotando novas
formas de pensar e agir. A influência da digitalidade desafia pais, parentes e
professores. A escola precisa se modernizar, se adequar a essa nova geração
antenada com a tecnologia, a geração y (Alsop, 2008; Bauman, 2011; Howe &
Strauss, 2000), mostrando-os qual é a forma correta de utilizar esse mecanismo
de comunicação: a internet.
Surpreendentemente, essa disseminação da tecnologia tem invadido os
lares, os almoços, os encontros, as madrugadas, enfim a vida pessoal e social.
Nesse processo de construção da tecnologia na vida do adolescente, é essencial
o acompanhamento de um responsável, porque eles aparentam fisicamente serem
maduros, mas falta-lhes a maturidade. Esses jovens acreditam estar fazendo o
certo pelas redes sociais, mas, geralmente, não é o que acontece. A pressão dos
grupos, tais como: apostas, desafios... os fazem abusar de substâncias
químicas, transtornos alimentares, agressões verbais e físicas, comportamentos
sexuais precoces e não seguros, e ansiedade. Alguns adolescentes ficam mais
"ligados" (próximos) com o amigo do que com os pais, e como
consequência, essas parcerias de amizade têm impactos negativos na vida desse
jovem.
Algumas recomendações:
- Segurança é muito importante na vida;
- Evite colocar foto de seu carro;
-”Segundo Bryant (2013), 40% dos usuários dão acesso livre a qulquer
pessoa em seus perfis e 60% restringem o acesso a amigos, colegas e familiares;
-NÃO adicione pessoas desconhecidas;
-NÃO compartilhe fotos íntimas. Mesmo deletando-as, elas podem
ter sido rastreadas por outrem;
-Há dados em sua rede social que nem sua família tem conhecimento, tais
como: locais de festas, pessoas amigas, etc.
-Avalie suas publicações. Tenha bom senso;
-Troca de mensagem via computador, é outro perigo;
- Há relatos confirmados que 60% dos jovens costumam usar a web como
forma de conhecer pessoas e 38% deles fizeram amigos na internet, trazendo-os
para a vida real. Os pais precisam ficar atentos porque 25% dos jovens já “se
relacionaram” com pessoas que conheceram por meio da rede social.
Os fatos supracitados neste artigo também abrangem adultos que utilizam
as redes sociais deliberadamente, exibindo-se de forma inconveniente, usando as
redes sociais para atingir outras pessoas, para promover brigas, calúnias,
postam fotos de fórum extremamente íntimos, esquecendo que a família e os
amigos têm acesso a essas postagens e podem causar constrangimento. É bom
lembrar que os "hackers" podem ter acesso a essas imagens,
causando danos irreversíveis. O ideal é que os usuários adotem um filtro, ou
seja, tenham bom senso ao escolher o que colocarem nas suas redes sociais. E os
pais, mesmo aqueles que não têm Instagram, Facebook, Whatsapp,
entre outros aplicativos, procurem encontrar um meio de ter acesso sobre o que
os seus filhos estão postando, podendo inclusive solicitar a amigos que tenham
esses aplicativos para observarem o que seus filhos têm postado. Caso eles
vejam alguma informação discrepante na conduta de seus filhos, os amigos podem
contribuir, alertando os pais sobre o que pode estar acontecendo. O jovem está
em um processo evolutivo, ficando à margem e vulnerável a qualquer influencia
externa. A supervisão inopinada, o controle e o monitoramento constante dos
pais e adultos são essenciais. Muitas das vezes os pais não tem tempo
suficiente para monitorar o que seus filhos fazem, por isso, é importante que
haja uma inter-relação entre os pais, os amigos e a Escola, visando facilitar a
educação e o desenvolvimento saudável do jovem. Cabe ressaltar que essa
integração do pai com a Escola contribui para o desenvolvimento do adolescente
e do jovem adulto, evitando implicações futuras, de modo a assegurar o bem
estar do jovem.
Para denunciar crimes na web, como vazamento indevido de dados, fatos e
vídeos íntimos, acesse www.safernet.org.br.
Por
Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora do Projeto Comandante de Companhia – Marinha do Brasil
Perfeito e esclarecedor. Parabéns Dra.
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