O DESPERTAR DA MULHER E O LUGAR DOS HOMENS


Esse é um período no qual muitas mulheres estão acordando de um sono profundo. Esse acordar necessariamente desestrutura as relações como às estabelecemos, por que fizemos acordos e escolhas em condição de dormência. 

Ao acordar minimamente a mulher percebe que tem participado de um jogo de poder, de "comandadas e comandantes", num mundinho de máscaras muito frágeis. Se acordam de verdade não lhes interessa se igualar ao "comandante", lhes interessa parar de brincar.

A única porta pra sair desse jogo sonâmbulo é pela porta de dentro, na descoberta de um mundo real interior e consistente. 

E se ao entrar dentro de nós percebemos que, como mulheres, estamos muito dilaceradas, podemos ter certeza que os homens estão dilacerados e meio pois nesse sonambulismo a maioria deles mal percebem sua dormência e acreditam ocupar o lugar do poder, do comando, a "cadeira da diretoria". No entanto se quem estava aceitando ser comandado sai da brincadeira (e é o q vem acontecendo) não existe mais a quem comandar!

E se pra nós mulheres tá sendo difícil abrir mão de um lugar de subserviência, (porque afinal nesse lugar não nos responsabilizávamos por nossas vidas) diria que é muito mais difícil abandonar o lugar do chef! As mulheres ao sair do jogo, trilham o único caminho possível de subida a si, mas eles terão a ilusão de despencar de um abismo e isso dá muito medo!

Por isso escrevo esse texto porque vejo que os homens vão precisar de apoio pra acordar sem sucumbir, porque amo profundamente os homens e não me interessa te-los fracos e inseguros. Porque eles vão precisar de corações sábios e de mulheres ancoradas em si, que os permitam cair de seus falsos papéis pra se levantarem por si só a partir de dentro deles no reencontro real com seu masculino. 

A alma dos homens irá clamar por parceiras corajosas e que compreendem que apoio é assistir paciente, é contar a sua história, o seu caminhar, é contar quem são de verdade e os inspirar, sem cair na tentação de criar novo jogo de poder ao contrário. 

Eles precisarão de parcerias com mulheres reencontradas no seu feminino que sabem dizer não para barganhas do tipo: "você me da segurança emocional e eu te dou sexo e colo de mãe".

Não será fácil pra ninguém mas será um desafio que nos fará crescer e gerar relações de outra categoria. Relações desapegadas mas com vínculos profundos. Por que se em nível material, emocional e prático ninguém deve depender de ninguém, a nível anímico e biológico devemos a nossa existência um ao outro!

Embora esse texto tenha sido escrito por mim ele parte das trocas e conversas com Marcelo Michelson e Marcelo Papi que estão se jogando corajosamente e pioneiramente no abismo desconhecido de si mesmos.


Por

Dunia La Luna

@ocaminhodasserpentesdunialaluna

Dunia la luna

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