CORAGEM DE BUSCAR UM NOVO CAMINHO




Com entusiasmo, celebrar a conquista de ter um amor ao lado é algo que muitas mulheres compartilham com amigos porque a entrada em uma nova vida é muito idealizada.
A busca pelo homem de um protótipo perfeito às vezes decepciona. O dever de provar que a relação “tem” que dar certo traz insegurança e frustração. A rotina do cotidiano, se não for bem estruturada, redefinir prioridades, entender seus desejos, reestruturar objetivos de um e de outro, ou seja, estabelecer um acordo, a tendência é o desamor.
A compatibilidade afetiva e sexual também é um fator influenciador para o afastamento do casal. O nível de satisfação varia no decorrer dos anos de convívio, por isso, a comunicação é importante para um ajuste conjugal. Um fato conhecido é que uma grande parte das mulheres não encontra abertura para conversar com o parceiro, tornando-as mais reprimidas sexualmente e com comportamento passivo.
Meninas, o companheiro não pode ser visto como um “salvador da pátria”, o príncipe encantando, que, diga-se de passagem, só tem em filmes. Na Netflix, há vários filmes cujo tema é “o príncipe” que solucionará todos os seus problemas, mas a realidade não é essa, o que é lamentável.
Certo dia, uma pessoa se apaixonou por alguém que agora chegou ao final. Os casais sem perceberem, se dividem. Uma temática interessante porque, após uma separação, as pessoas vêem o outro como o terror, o safado, o ingrato. Calma, também não é dessa maneira que se deve agir ou pensar porque em uma época em que a pessoa fez parte da sua vida, vocês compartilharam momentos bons e memoráveis. Esse alguém, depois da separação, continua sendo um ser humano com suas características fortes, temperamento, comportamento que você sabia, mas quis estar ao lado dele.
Uma dependência emocional? Não sabemos. Você insistiu, investiu, acreditou e apostou. É preciso achar naquela pessoa, que hoje você não ama mais, não é mais seu parceiro, algo assertivo. No que tange ao relacionamento, a assertividade é encontrar algo de bom que vocês viveram e que tenha marcado a relação. Dessa forma, terão boas recordações, como por exemplo, um filho, uma viagem, um aniversário, entre outros. É um exercício para trabalhar sua mente e passar a ver o seu “ex” de outra maneira.
É natural que haja mágoas, raiva após o rompimento, onde o grande desafio é a superação. Como esse processo pode ocorrer? Com o tempo. Há uma necessidade psicológica de nos defendermos, de acusar o outro, esquecendo-nos de que a responsabilidade do término do relacionamento é dos dois.
Uma tendência curiosa e bastante polêmica que as pessoas perguntam nos consultórios: será que quando o casal decide casar, está iludido? Alimentam um sonho de uma vida a dois inexistente? Toda paixão traz uma ilusão, idealização, um deslumbramento em acreditar que o outro é tudo.
Observem que há casais que se tratam mutuamente como minha vida, vida. Claro que, sem esse sentimento, não será dado espaço para sonhar. A construção de um relacionamento terá que passar obrigatoriamente pela fase da paixão. Há pessoas que têm dúvidas ou não aceitam essa afirmação, porém, eu acredito. Existe a paixão saudável e a não saudável. A saudável é quando o encantamento pelo outro é equilibrado e confortável e a não saudável é quando o apaixonado não dorme, fica horas ao telefone, torna-se inseguro, quase uma fusão com o outro, uma relação baseada apenas no momento. Quando há o ato sexual e termina, só vai lembrar que a pessoa existe no momento que ela ligar ou vê-la novamente.
O vínculo emocional que lhe une ao outro é pura emoção, faz com que a pessoa tenha desejos pensando no outro. O grande desafio em um relacionamento é estar ao lado de quem você escolheu, aceitando-a quem você é e, que lhe faça feliz. Alcançar a maturidade é quando você tem coragem de buscar a felicidade em outro caminho.
Não é fácil, mas, é possível, é uma luta interior mesmo, essa provocação é necessária para sua vida e seu bem estar emocional. Estar em harmonia e ter paz são fatores relevantes porque conviver com o outro é compartilhar a intimidade e aprender a ter paciência. Todavia, é imprescindível que haja respeito e aceitação das diferenças de cada um que irão proporcionar um crescimento mútuo, caso ambos estejam dispostos a aprender um com o outro.

Por


Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora do Projeto Comandante de Companhia – Marinha do Brasil

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