A VIAGEM É TÃO CURTA!


Uma jovem estava sentada num transporte público quando uma senhora, mal-humorada veio e sentou-se ao lado dela batendo-lhe com suas numerosas sacolas. Uma pessoa sentada do outro lado, ficou injuriada com a situação e perguntou à moça por que ela não reclamou ou disse algo para a  senhora!
A moça respondeu com um sorriso: 
- Não é necessário ser grosseiro ou discutir sobre algo tão insignificante, a jornada juntos é tão curta ... 

Já desço na próxima parada. 
Não é necessário discutir sobre algo tão insignificante, nossa jornada juntos é tão curta
Se cada um de nós pudesse perceber que  a nossa passagem por cá tem uma duração tão curta;

Por que escurecê-la com brigas, argumentos fúteis, não perdoando os outros, com ingratidão e atitudes ruins?! 
Isso seria um grande desperdício de tempo e energia!



Portanto, sejamos cheios de gratidão!!!!!
Nossa jornada juntos aqui é muito curta e não pode ser revertida ... 
Ninguém sabe a duração de sua jornada. 

Ninguém sabe se  terá que descer na próxima parada....
Vamos, portanto, acalentar e manter a doçura e amabilidade com os amigos e familiares! 

Vamos tentar nos manter calmos, respeitosos, gentis, gratos e perdoar uns aos outros. 
Se eu te machuquei, peço perdão. 
Lembre-se: 

A viagem aqui é tão curta!
Andamos mimados demais! 
Se o outro não veio, é porque não se importa com você. Se veio e foi embora cedo, é porque achou sua festa chata. Se não respondeu logo sua mensagem, é porque está te evitando. Se não quer mais sair com você, é porque quer te ferir. Se não te convidou para algo, é porque quer te atingir...
Socorro! Como nos tornamos tão autocentrados? 
E o pior... sofremos muito por isso.
Só enxergamos a nós mesmos. Nem consideramos a possibilidade do outro existir. De ter motivos que desconhecemos para agir dessa ou daquela maneira. 

Acreditamos, como crianças, que tudo gira ao nosso redor. Nos colocamos no centro do Universo e decidimos  que tudo que o outro faz está focado em nós.
Cegos que estamos, criamos cenários imaginários, com um ponto em comum: "Nós somos as vítimas e o outro... é nosso algoz."
Sofremos. Destruímos relações que tinham tudo para se desenvolver. Caluniamos pessoas. Contamos histórias distorcidas. Deixamos um rastro de destruição atrás de nós.
Precisamos acordar. Parar de interpretar a vida a partir de nossa cegueira.



Olhe para o outro. TEM ALGUÉM LÁ!... Com seus desafios, suas feridas, suas dores, com suas forças e fragilidades,  com suas limitações  Alguém como você. Tentando fazer o melhor que pode. 

Se o melhor do outro fica muito aquém da sua necessidade, você pode se afastar. Você tem TODO O DIREITO de escolher não conviver com alguém, se sente que aquela relação lhe é nociva.
Mas isso NÃO DÁ a você o direito de responsabilizar o outro por não ter correspondido às suas expectativas. Tampouco isenta você de viver as consequências da sua incapacidade de enxergar para além do seu próprio umbigo (é isso que você faz quando cria expectativas, tenta encaixar o outro no papel que lhe atribuiu e depois o crucifica por ter falhado nisso). 
Ouça. Fique atento para  evitar essas armadilhas, se quiser preservar suas relações.  
Não julgue. Não acuse. Não cobre. Não condene.
Saiba. O território do outro é um espaço sagrado ao qual você não tem acesso.



Patricia Gebrim

Psicologa e escritora

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