A DIFERENÇA DE IDADE INTERFERE NA RELAÇÃO A DOIS. SIM OU NÃO?

Um presidente aos 39 anos, Emmanuel Macron, em sua cerimônia de casamento, comentou que eles são apenas “ um casal que existe”. Os 24 anos de idade entre ele e sua esposa não fazem a menor diferença porque existe amor na relação. Brigitte Trogneux Macron, ex-professora de Emmanuel Macron, nascida em 13 de abril de 1953, professora, companheira sentimental e atualmente esposa e primeira dama da França, hoje é reconhecida como uma mulher afetuosa, charmosa e positiva.

O mais interessante é quando esse homem, que tem um papel de destaque na sociedade, é generoso, carinhoso e assume essa diferença de idade. Nunca é tarde para se falar de amor. Brigitte é uma mulher, que, além de companheira conjugal, é uma colaboradora  política. Em casa, somente os dois conversam sobre o dia deles e opinam sobre várias questões, inclusive sobre política. Brigitte, aos 64 anos, sente-se amada e valorizada mundialmente, sendo uma influência positiva para as mulheres que estão em relacionamentos com homens mais jovens. A partir de certa idade, dependendo de cada mulher, inicia-se um preconceito de si mesma, achando que a mulher está inferior ao seu homem, geralmente dos 50 aos 70 anos, em que algumas começam a criar fantasias negativas, acreditando que não estimulam mais a atração física ou sexual por parte de seus companheiros.

         No desenvolvimento da relação conjugal, há mulheres que aguardam a iniciativa dos homens, quer sejam mais velhos ou não, porém, sempre a frustração acaba acontecendo, isto é, sempre ocorre a fragilidade nos sentimentos porque cada indivíduo tem sua expectativa depositada na sua vida amorosa. Para muitas mulheres, essa espera é uma eternidade e no final, acabam achando que fracassaram. O percurso até encontrar uma pessoa que preencha o vazio entre o seu eu e o seu ideal de relação amorosa muitas das vezes é longo. Desse modo, a escolha pode levar a pessoas muito mais jovens, mas, que podem desempenhar o papel do homem ideal.       No entanto, acredita-se que o enfraquecimento do casamento na modernidade seja o fator principal que está levando as pessoas à transformação no modo como construir e iniciar uma vida a dois. O relacionamento conjugal está associado à satisfação, bem estar e qualidade de vida, principalmente na velhice. Espera-se encontrar uma compatibilidade afetiva, sexual e social para sempre.

E o nível de exigência aumenta à medida que as mulheres buscam conhecimento, acompanham as redes sociais, programas de TV, literatura, entre outros. Há um desejo intenso cujas características determinantes são a felicidade, a satisfação e o amor. Atualmente, com os avanços tecnológicos, científicos, clínicas de estéticas, crossfit, pilates, funcional, yoga, entre vários outros recursos, algumas mulheres de 60 anos aparentam ter  menos idade, por causa de sua vitalidade, beleza, energia, vigor e disposição. Elas evitam ficarem em casa apenas cozinhando,  limpando a casa ou cuidando dos filhos. Essas mulheres distribuem suas tarefas diárias e incluem em sua rotina um horário para  atividades físicas e cuidado das unhas, cabelo, pele, etc. Antigamente, as mulheres usavam roupas de acordo com a idade; hoje, usa-se o que se gosta, o que se sente à vontade e o que lhes cai muito bem. Mulheres a partir dos 50 anos de idade desbravam a internet, a moda, o sexo, a intelectualidade e a beleza.

Nesse contexto, passa-se a discutir algumas questões: “Como e quando eu devo decidir e a quem devo escolher para ficar ao meu lado? Será que as pessoas vão comentar sobre a minha decisão? Serei julgada e/ou excluída? Será que minha família irá aceitar e apoiar a minha decisão? O que eu faço?” Esses são alguns dos questionamentos e discussões que notadamente atingem o eu, gerando profundas mudanças na experiência de relacionar-se com alguém mais novo (a). O fato é que se este tipo de relação lhe faz bem, então, você deve colocar essa  união em um patamar fora dos trâmites convencionais na história social. Aprender a lidar com a pressão e as críticas dos outros são fatores que deverão ser trabalhados, se possível, em terapia ou com seu Poder Superior. Sendo assim, muitas conseguirão enfrentar o desafio do novo e do diferente.

         Contemporaneamente, entende-se de que só precisam de coragem para seguir seu coração. A vida é um desafio constante e diário: as mulheres podem ser mais velhas que os homens, e por que não podem? Qual é a diferença? Irão amar menos? Farão sexo ruim? E se forem feitos um para o outro? É dentro do coração onde o amor nasce. Não permita que roubem de vocês, mulheres mais velhas que os homens, a certeza de que vocês são capazes, pioneiras e belíssimas. Nada pode apagar sua energia, criatividade e esse espírito desafiador. O essencial é a química que existe entre o casal. A vida pode ser boa: só depende de como vocês a conduzem.

         Por isso é que a vida a dois deve ser compartilhada com funcionamentos específicos dentro do núcleo familiar. É claro que cada caso é uma situação particular. O casal precisa estar unido de corpo e alma a fim de superar os obstáculos e de sempre preservar a individualidade entre eles. O par é a soma de cada um, então, os relacionamentos íntimos são o eixo que mantém uma relação saudável, de contentamento, lealdade, companheirismo e segurança. Suas aspirações refletem o resultado satisfatório. Ter um bom relacionamento afetivo é o fator mais importante para o bem estar e de sua felicidade. A idade não importa, mas sim como as pessoas fazem suas vidas se tornarem prazerosas e interessantes ao lado de quem lhes faz bem. Busque sempre a felicidade.

Por

Rejane Romero

Pedagoga

Assistente Social

Palestrante

Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta

Mestre em Psicologia Social

Assessora do Projeto Comandante de Companhia – Marinha do Brasil