SEXO OU AMOR?

        


       Esta matéria surgiu a partir da solicitação de algumas leitoras. Um bom início é evidenciar que homens e mulheres são diferentes. Essa é uma premissa que não dá para questionar, pois as peculiaridades e diferenças são anatomicamente evidentes.
            Etimologicamente, a palavra amor vem do latim amare e significa o sentimento de “gostar de algo ou alguém”, sentir afeição, desejo ou preocupação. Porém, ao tratar do assunto, pode-se compreender que significado da palavra amor é o que cada um espera receber do outro. Dessa forma, hoje em dia, as pessoas mostram-se impacientes e tendem a ter relações praticamente descartáveis, faz com que as mulheres  que se dedicam ao amor romântico sejam vistas como pessoas ridículas ou, na melhor das hipóteses, sonhadoras, sob o argumento de que os seus parceiros não apaixonam-se mais, apenas visam ao sexo.
            O ideal é não deixar tal fato lhe atingir ao ponto de se sentir desprezada e tolhida da liberdade, pois são aspirações da sua alma.

            No que concerne ao desejo sexual, o ato da cópula permite a você externar e absorver seu prazer, independentemente, do que o outro julgar estar sentindo.

            Nesse contexto, quando aos motivos que levam alguns homens a falarem que fazer amor ou que fazem sexo, entendo que esta atitude demonstra preconceito e afeta a mulher que está condicionada pela cultura em que está inserida, a fim de poder usufruir do contato com a pessoa com quem tem prazer.

            A  questão fundamental para não se sentir agredida nem diminuída como parceira é em que condições ocorreram a sua escolha. Os sentimentos que geraram a sua tomada de decisão devem ser vivenciados profundamente da melhor forma que lhe aprouver, ainda que a relação com este parceiro seja superficial. Na verdade, este será mais um desafio para você, um desafio de entrega em busca do prazer sem gerar sentimentos ou vínculos duradouros.
           
O sexo praticado no curso de uma relação amorosa tende a ser sereno e receptivo. Há entrega e os parceiros aproximam-se de um sentimento sublime. A paixão é agressiva e efêmera. Percebe-se, então, que quando alguém diz : “ ainda não amo”, “ não faço amor”, “ não me envolvo”, “ não passo a noite com uma mulher para não me envolver”, e outros discursos similares, não permita ser abalada pois o significado da palavra é o que cada um espera dela.
            Determinar os limites de seus sentimentos, negar o que sente ou não conseguir identificar a real essência do momento da entrega é discriminar o que você tem a oferecer e o quão você é bom, seja em sentir amor ou em praticar sexo. Penso que se deva levar em consideração que algumas vezes as pessoas falam alguns de seus pensamentos sem a devida reflexão e o correspondente lastro sentimental. Falam sem pensar e sobre o que não sentem.
            Em geral, a educação das mulheres é mais permissiva com os seus sentimentos e permite-lhes falar sobre os seus desejos. Esta característica tipicamente feminina, além de ser divergente da formação cultural masculina, é um indicativo de que as mulheres possam se entregar plenamente, mesmo em uma relação na qual os seus parceiros alegam apenas comparecerem em busca de sexo. A despeito da discordância em relação  ao ponto de vista masculino, algumas  mulheres buscam sentirem-se amadas durante o sexo, sem questionar a organização sexual do mundo masculino e excludente.
            De outro ângulo, mas ainda dentro da diversidade textual masculina, os homens poderiam pensar em mudar os seus comportamentos, se conhecer melhor e entender que fazer amor é ter uma relação sexual mais intensa. No ato sexual, se dar totalmente ao seu parceiro é um sentimento de carinho, expressa pela vontade de beijar, de cheiras, de tocar e sussurrar com muito prazer.
            Ao observamos as relações amorosas, a qualidade do sexo depende de como o casal se relaciona por meio do diálogo, passeios, afinidades e brincadeiras, admiração, atração entre outros. Esses ingredientes são fundamentais para você distinguir o que realmente sente. 
            Os embates entre sexo e amor produzem uma fonte inesgotável de interpretações.
Ao conhecer uma pessoa que desperte o seu interesse sexual e decidir por cortejá-la para o intercurso sexual, para apenas “ir para a cama” o mais rápido possível, sem permitir  o transcurso de tempo de convivência suficiente para que se reconheçam outros tipos de afinidades, diz-se que o que ocorre entre os parceiros é apenas “fazer sexo”. É uma prática comum e facilmente reconhecível, pois,  quando este tipo de conduta ocorre e culmina com o orgasmo, em geral, surgem sentimentos pouco agradáveis, acompanhados de dúvidas acerca da correção da decisão tomada, tais como, “o que estou fazendo aqui?”, “por que eu fiz isso?”, “preciso de uma desculpa”, “quero ir embora”. Este tipo de reflexão geralmente surge acompanhado por um leve arrependimento, e é suficiente para que se reconheça que os parceiros apenas fizeram sexo e pronto.
Porém, se o orgasmo é seguido por uma sensação de permanecer ao lado do seu parceiro, de conversar, de rir, de lembrar-se de caricias e de detalhes, fica fácil reconhecer que o sexo elevou-se a categoria de amor.

            Outrossim, as afirmações brevemente resumidas neste texto constituem-se apenas em uma opinião que busca levar o leitor a pensar sobre o assunto, a reavaliar as suas convicções e buscar dar o melhor de si nas suas relações sexuais e amorosas, sempre atentos ao clima de envolvimento, pois este é um dos melhores indicadores para entender se o que está acontecendo é apenas sexo ou se é o amor que está regendo o envolvimento. Por fim, concluo  que a escolha de fazer amor será sempre sua e não de seu parceiro.




Por

Rejane Romero
Pedagoga
Assistente Social
Palestrante
Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta
Mestre em Psicologia Social
Assessora do Projeto Comandante de Companhia – Marinha do Brasil

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