CIÚMES

O relacionamento amoroso passou a ser mais valorizado e exigido pelas mulheres quando começaram a ocupar espaços na sociedade, com sua independência, liberdade e, quando passaram a contribuir, financeiramente, em seus lares. O mundo feminino buscou mais carinho e prazer, ou seja, satisfação nos momentos mais íntimos logo a afinidade e proximidade fizeram com que a relação fosse marcada pela autenticidade e liberdade. Assim, provocaram questionamentos e impasses nas relações, insegurança acerca do papel de cada um dentro do lar.

Surge o ciúme como medo de perder a pessoa amada, aquela que lhe proporciona prazer e satisfação de desejos imediatos.

Todavia, vale ressaltar que o ciúme cria suas próprias fantasias que, às vezes, são nocivas, isto é, quando o outro imagina uma situação, em sua mente, baseado naquilo que vê, ouve e acha. Não reconhece o seu erro, acredita estar certo e não consegue evitar a repetição desse equívoco. 

Há casais que desenvolveram ciúmes patológicos, comprometendo o bom andamento da relação, ou seja, alimentam situações que não existiram para justificar suas atitudes.  Quando esse indivíduo tenta convencer as pessoas que "o outro o traiu", "estava em um lugar e não contou", "olhou para outra pessoa". Comportamentos com agressividades, brigas e inúmeras vigilâncias, sem ter de fato acontecido, pura imaginação, apenas para explicar seu erro em querer controlar, é um sintoma patológico, pois não consegue deixar de defender sua fantasia e suas atitudes ciumentas. Outros casos são relatados: telefonam várias vezes ao dia para saber o que o outro está fazendo; onde está; com quem está; acorda várias vezes durante a noite pensando o que o outro está fazendo, tais situações são ciúmes patológicos.  Quando tais sintomas passam a trazer prejuízos para a vida, não consegue controlar as reações e impulsos então é necessário pedir ajuda.

Desse modo, é necessário entender que existem situações que explicam sentir tal indagação, tais como: "viu o(a) parceiro(a) beijar na boca", "entrar no motel", "falar bem  próximo ao pescoço", "um telefonema que o outro afastou-se para falar e mostrou-se nervoso", ou seja, quando  há provas concretas para tal desconfiança e insegurança ou quando existe uma situação específica, um fato e um constrangimento.

Mesmo em meio a essas situações, a maioria das pessoas devem concordar que não podemos controlar o outro, a desejar que o(a) parceiro(a) só possa frequentar  locais em que estejamos presentes, vasculhar a carteira, bolsas, celular, checar o facebook, whattsapp, email etc. Não podemos determinar o comportamento que o(a) parceiro(a) deve adotar, a sua tranquilidade  mental não deve ser atingida, são sentimentos negativos que causam sofrimentos.

 A partir da apreciação dos relatos acima, contextualizando os relacionamentos amorosos, vimos que o ideal é viver cada relação de forma saudável e respeitar o espaço do outro, sem desconfiança e cobranças.  O ciúme apaixonado, existe, sim, mas é passageiro, ocorre quando a situação foi presenciada e constatada, tornando-lhe algo ameaçador. O que deve ser feito é sentar, em casa, e conversar: "não gostei quando assisti aquela cena...". Evitar falar perante uma plateia, fazer escândalos, dizer palavras que irão agredir o outro, principalmente na frente de amigos e familiares. É necessário preservar o relacionamento, por meio de atitudes saudáveis e desfazer quaisquer mal entendidos, evitar dar motivos para que não haja problemas, raiva, culpa, ressentimentos e separação. 

Há que se concordar que somos responsáveis pela maneira como conduzimos nosso relacionamento, como manter essa relação, regras, respeito, limites, liberdade para sair, vestimenta, maquiagem e usar o seu dinheiro como deseja. Não pode deixar de fazer o que gosta, falar com quem tem estima em detrimento do outro, porque ele(a) tem ciúmes, você não pode se anular. Então, acaba cedendo à pressão do parceiro justificando que foi apenas para não ter briga. Lembre-se, ceder, hoje, não fará ele(a) parar, vai alimentar, ainda, mais porque nada o(a) satisfará e a cada dia, exigirá mais de você,  levando-o ao desespero, tristeza e impotência.  

Seja você sem medo!

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências."

Por

Rejane Romero

Pedagoga

Assistente Social

Palestrante

Especialização em Psicologia dos Distúrbios de Conduta

Mestre em Psicologia Social

Assessora do Projeto Comandante de Companhia – Marinha do Brasil